sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O AMOR

(“Cartas de Amor do Profeta”, Ed. Ediouro)
     Quando o amor chamar, aceitem seu chamado, mesmo que o caminho seja duro, difícil.
     E quando suas asas se abrirem, entreguem-se, mesmo que a espada que está ali escondida termine provocando ferimentos.
     E quando o amor disser algo, acreditem, mesmo que sua voz destrua seus sonhos, como o vento do norte devasta os jardins.
     Porque o amor glorifica e crucifica. Faz crescer os ramos, e os poda. Tritura os homens, até que estejam flexíveis e dóceis. Os queima em fogo divino, para que possam converter-se em um pão sagrado, que será consumido no banquete de Deus.
     Entretanto, se tiverem medo, e quiserem encontrar no amor apenas a paz e o prazer, melhor que se afastem de sua porta, e procurem outro mundo, onde poderão rir, mas sem toda alegria, e poderão chorar, mas sem usar todas as lágrimas.
     O amor não dá nada e não pede nada além de si mesmo. O amor não possui nem é possuído – porque ele se basta.
     E não tentem dirigir o seu curso: porque se o amor achar que são dignos, ele os dirigirá até onde devem chegar.
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