Final de ano tem uma
magia especial. Temos a sensação (principalmente na segunda quinzena do mês de
dezembro) de fim, de término. Talvez de dever cumprido ou deveres a serem
cumpridos.
Hoje, na chegada ao
trabalho, vi duas senhoras trocando presentes na rua. Semblantes alegres,
sorrisos, gargalhadas. Ansiedade por saber o que está dentro do embrulho tão
carinhosamente feito.
E por fim um abraço.
O abraço é como um
selo, uma forma de concretizar a troca de presentes. Quando se ganha um
presente, na verdade, leva-se dois. O presente propriamente dito e o abraço.
Mesmo pessoas que mantém relações próximas durante o ano, na troca de presentes
de final de ano trocam abraços (mesmo que tímidos e desajeitados, mas trocam).
Fico aqui, pensando.
Porque o abraço não é uma constante na nossa vida? Porque abraçamos tão pouco
no nosso dia-a-dia. Sim, naquela segunda-feira com um quê de ressaca cabe um
abraço bem dado. E naquela sexta onde todos estão cansados e loucos para um
banho ou para ir para o seu happy hour, cabe um abraço também.
Percebo um certo medo
das pessoas em abraçar. Ainda resta saber se o medo é devido ao fato de, no
abraço, o outro entrar na minha zona de conforto, ou se é o medo de que todos
temos, ou teremos, de demonstrar o que realmente sentimos por alguém.
Mas independentemente
disso, abracemos!
Mas que os abraços
sejam demorados e dados não apenas com os braços, mas que sejam dados, acima de
tudo, com a alma.
E que sejamos todos
imensa e escandalosamente FELIZES!