sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O abraço



Final de ano tem uma magia especial. Temos a sensação (principalmente na segunda quinzena do mês de dezembro) de fim, de término. Talvez de dever cumprido ou deveres a serem cumpridos.
Hoje, na chegada ao trabalho, vi duas senhoras trocando presentes na rua. Semblantes alegres, sorrisos, gargalhadas. Ansiedade por saber o que está dentro do embrulho tão carinhosamente feito.
E por fim um abraço.
O abraço é como um selo, uma forma de concretizar a troca de presentes. Quando se ganha um presente, na verdade, leva-se dois. O presente propriamente dito e o abraço. Mesmo pessoas que mantém relações próximas durante o ano, na troca de presentes de final de ano trocam abraços (mesmo que tímidos e desajeitados, mas trocam).
Fico aqui, pensando. Porque o abraço não é uma constante na nossa vida? Porque abraçamos tão pouco no nosso dia-a-dia. Sim, naquela segunda-feira com um quê de ressaca cabe um abraço bem dado. E naquela sexta onde todos estão cansados e loucos para um banho ou para ir para o seu happy hour, cabe um abraço também.
Percebo um certo medo das pessoas em abraçar. Ainda resta saber se o medo é devido ao fato de, no abraço, o outro entrar na minha zona de conforto, ou se é o medo de que todos temos, ou teremos, de demonstrar o que realmente sentimos por alguém.
Mas independentemente disso, abracemos!
Mas que os abraços sejam demorados e dados não apenas com os braços, mas que sejam dados, acima de tudo, com a alma.
E que sejamos todos imensa e escandalosamente FELIZES!

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